segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
CONTROLE DO FUNGUS GNATS: MAS QUE PRAGA É ESSA AFINAL?
Os adultos são moscas de pouco mais de 2 mm, que possuem asas escuras e antenas longas. Esses insetos possuem dificuldade em voar, permanecendo próximos ao substrato ou bancadas das casas-de-vegetação.
Adulto do Fungus GnatsCada fêmea coloca cerca de 150 ovos no substrato, entre três e quatro dias eclodem as larvas, que são delgadas com a cabeça preta e corpo liso semi-transparente revelando o conteúdo do trato digestivo. O desenvolvimento dessas larvas é de aproximadamente 14 dias. Durante esse período além do dano direto nas raízes o ataque desse inseto pode deixar as mudas mais vulneráveis a doenças no sistema radicular. As moscas adultas também podem causar prejuízos na produção de mudas atuando na disseminação de fungos fitopatogênicos entre as plantas. Um problema relacionado a essa praga é que os sintomas de seu ataque podem ser confundidos com a ocorrência de doenças, dificultando o seu controle.
Larva de Fungus GnatsUma alternativa para o manejo dessas moscas é o uso dos ácaros predadores de solo, cuja principal família é Laelapidae. Dentre as espécies que apresentam potencial para o controle de fungus gnats, destaca-se Stratiolaelaps scimitus, sendo que esse predador alimenta-se preferencialmente de larvas e ovos dessa praga. Esse ácaro predador é comercializado em vários países da Europa e América do Norte. No Brasil, devido aos avanços científicos nos estudos com esses ácaros, o emprego prático para o controle dessa mosca tem se mostrado bastante promissor. Uma das recomendações é que a liberação inundativa desses ácaros seja realizada logo após o plantio das mudas, quando a densidade populacional da praga ainda é baixa, o que pode garantir o sucesso em programas de manejo. A utilização de armadilhas amarelas pode contribuir com o monitoramento de adultos dessa mosca, indicando sua presença no sistema de produção.
Adulto do Ácaro Predador Consumindo Larva de Fungus GnatsCom objetivo de avaliar a eficiência do predador Stratiolaelaps scimitus no controle de fungus gnats foi realizado um trabalho em uma área de produção comercial de mudas de azaléia em Holambra/SP. Nesse estudo foi comparado o efeito da liberação de 200 ácaros predadores/m2 e o controle convencional de fungus gnats com os inseticidas deltametrina e diflubenzurom. Esses tratamentos foram mantidos em áreas isoladas, sendo que em cada área foram instaladas 20 armadilhas adesivas amarelas para o monitoramento dos insetos adultos. A contagem do número de insetos nas armadilhas foi realizada aos 15, 30 e 45 dias após o início do experimento. Ao final desse período o número de moscas encontradas na área convencional foi cerca de três vezes superior ao encontrado na área onde os predadores foram liberados (Gráfico). Trabalhos realizados para avaliar a liberação de Stratiolaelaps scimitus em cultivo de cogumelo também demonstraram efeito positivo na redução de Bradysia matogrossensis, o que tem incentivado produtores a utilizar essa estratégia de controle na prática.
Linha para Manejo Integrado de Fungus Gnats
Maiores informações sobre esta praga: danos, sintomas de ataque, métodos preventivos e de controle entre em contato conosco: 19 3704-5727 , promip@promip.agr.br
sábado, 20 de novembro de 2010
VANTAGENS DO CONTROLE BIOLÓGICO
Contatos: 19 3704-5727 promip@promip.agr.br www.promip.agr.br
terça-feira, 16 de novembro de 2010
CONTROLE BIOLÓGICO DO ÁCARO RAJADO
Sintomas de dano em morango e teia do ácaro rajado em alta infestação. As principais espécies de ácaros fitoseídeos utilizadas em programas de controle biológico aplicado do ácaro rajado são aquelas pertencentes aos Grupos I e II, quanto ao hábito alimentar, destacando-se: Phytoseiulus persimilis, P. macropilis, P. longipes, Neoseiulus californicus e Galendromus (=Metaseiulus) occidentalis. No Brasil, o emprego de N. californicus e P. macropilis tem se destacado na cultura do morango, crisântemo, gérbera, maçã e pêssego, dentre outras. Adultos destas duas espécies são facilmente diferenciados em campo, sendo que N. californicus normalmente apresenta coloração que varia de palha a amarelo-escuro e P. macropilis coloração avermelhada.
Por outro lado nestas condições, N. californicus pode ser confundido com outras espécies tais como N. idaeus, N. barkeri e Amblyseius spp., as quais geralmente ocorrem no mesmo nicho. Neste caso, em programas de controle biológico onde N. californicus é utilizado em liberação massal, é importante que coletas de exemplares para a identificação em condições de laboratório sejam realizadas periodicamente, mantendo-se a qualidade do programa. Além das diferenças morfológicas e taxonômicas entre N. californicus e P. macropilis outro importante aspecto que diferencia essas espécies é o hábito alimentar. Apesar de N. californicus alimentar-se preferencialmente do ácaro rajado, na ausência desta presa pode consumir outras fontes de alimentos tais como pequenos insetos, outras espécies de ácaros fitófagos ou até mesmo pólen. Já o ácaro P. macropilis é especialista quanto ao hábito alimentar consumindo exclusivamente ácaros pertencentes ao gênero Tetranychus. Os ácaros especialistas reproduzem-se mais rapidamente do que os generalistas quando a disponibilidade de alimento é elevada. Quando a densidade populacional do ácaro rajado é baixa, P. macropilis normalmente se dispersa para fora da área de cultivo em busca de grande quantidade de alimento.
Por outro lado, em condições de escassez da presa, N. californicus pode permanecer na cultura consumindo outras fontes de alimento. Em altas populações de T. urticae, há formação de grande quantidade de teia, o que afeta a mobilidade dos ácaros N. californicus, prejudicando o controle biológico exercido por essa espécie. O excesso de disponibilidade de alimento é outro fator que contribui para essa baixa migração dos predadores. Considerando-se as diferenças entre essas espécies, normalmente recomenda-se que N. californicus seja introduzido na cultura no início da infestação da praga. Nestas condições esse predador será capaz de manter a densidade populacional do ácaro rajado abaixo do nível de dano econômico por um longo período.
RESULTADO COMPROVADO:
Com intuito de avaliar a eficiência agronômica de N. californicus para o controle biológico de ácaro rajado na cultura do morangueiro foi realizado um estudo em uma área de produção comercial de morangos situada no município de Estiva/MG. Para isso foram isolados dois canteiros com aproximadamente 50 m2 cada. Em um desses canteiros o controle do ácaro rajado foi realizado convencionalmente com o uso de acaricidas registrados para a cultura do morango. Na outra área o controle de T. urticae foi efetuado mediante liberações do ácaro predador, a partir do momento em que foram detectadas as primeiras reboleiras dessa praga. Em cada liberação foram introduzidos cinco N. californicus/m2. A flutuação populacional de T. urticae e de N. californicus foram estimadas contando-se o número total de formas móveis do ácaro fitófago e do predador em 25 folíolos em cada uma das áreas (convencional e controle biológico). As amostragens foram realizadas quinzenalmente durante um período de 100 dias. A primeira liberação de N. californicus na área de controle biológico foi realizada um mês após o início do experimento (terceira amostragem), quando a densidade populacional de T. urticae era de aproximadamente duas formas móveis/folíolo. Mesmo após essa liberação, evidenciou-se aumento na infestação de T. urticae neste tratamento, sendo necessária uma segunda liberação a qual foi efetuada por ocasião da quinta amostragem, quando a densidade populacional de T. urticae atingiu seis ácaros rajado/folíolo. Nas amostragens subseqüentes verificou-se aumento na densidade populacional do ácaro predador N. californicus e redução na infestação do ácaro rajado na área de controle biológico.
Este resultado demonstrou que a introdução do ácaro predador N. californicus no início da infestação do ácaro rajado é eficiente, podendo manter a densidade populacional da presa abaixo do nível de dano econômico durante um longo período. Para que a introdução de N. californicus seja realizada no momento correto é muito importante que a ocorrência do ácaro rajado seja monitorada periodicamente. Porém, verifica-se que o monitoramento desta praga ainda não é uma ferramenta amplamente utilizada, sendo que geralmente o seu controle é adotado somente quando o agricultor visualiza os primeiros sintomas de ataque (puncturas) na parte superior da folha. Nesse momento, o emprego de N. californicus nem sempre surte efeitos à curto prazo. Neste caso, recomenda-se que antes da introdução de N. californicus seja realizada a aplicação de um acaricida seletivo ou que seja realizada a introdução de P. macropilis, sendo que está é a única solução no caso da agricultura orgânica.
Artigo extraído do capítulo de livro:
POLETTI, M. 2010. Ácaros predadores no controle de pragas. In: VENZON, M.; PAULA JÚNIOR; T.J; PALLINI, A. (Eds). Controle alternativo de pragas e doenças. Viçosa: Epamig,p.213-232.
Maiores Informações:
http://www.promip.agr.br/ - promip@promip.agr.br - (19) 3704-5727
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
ÁCAROS PREDADORES FITOSEÍDEOS (ACARI: PHYTOSEIIDAE)
A maioria das espécies desta família apresenta um modo de reprodução denominado como pseudo-arrenotoquia ou parahaploidia. Neste tipo de reprodução, ambos os sexos são originários de ovos diplóides (2n) fecundados, porém, poucas horas após a fecundação, ocorre a perda do conjunto de cromossomos de origem paterna em alguns indivíduos, os quais darão origem aos machos haplóides (n). O período de oviposição geralmente varia entre 15 e 30 dias, sendo que as fêmeas ovipositam em média dois ovos por dia, dependendo da espécie e da fonte de alimento dentre outros fatores.
Os ácaros fitoseídeos podem ser divididos em quatro grupos distintos (I, II, III e IV), classificados de acordo com o hábito alimentar. Os predadores pertencentes ao grupo I são especialistas, alimentando-se exclusivamente de ácaros fitófagos do gênero Tetranychus. Destacam-se neste grupo, os fitoseídeos pertencentes ao gênero Phytoseiulus. Com relação aos ácaros do grupo II, são considerados predadores específicos de ácaros, porém, de modo contrário aos especialistas do grupo I, podem predar ácaros pertencentes a vários gêneros e famílias. Diferentes desses, os fitoseídeos pertencentes aos grupos III e IV são generalistas, podendo sobreviver e reproduzir-se sobre as mais diversas fontes de alimento tais como ácaros, pequenos insetos, pólen de plantas, fungos, etc. Os predadores do grupo IV levam uma pequena vantagem em termos reprodutivos, quando consomem apenas pólen de plantas, ao invés de presas ativas. Apesar dos ácaros fitoseídeos apresentarem diversos hábitos alimentares, nenhuma espécie causa injúrias às plantas.
Para saber mais:
CHANT, D.A. 1985. The Phytoseiidae: external anatomy. In: HELLE, W.; SABELIS, M. W. (Ed.) Spider mites: their biology, natural enemies and control. Amsterdam: Elservier, 1B: 5-9.
HOY, M. A. 1985. Recents advances in genetics and genetic improvement of the Phytoseiidae. Annual Review of Entomology, Stanford , 30: 347-370.
McMUTRY, J.A.; CROFT, B.A. 1997. Life-styles of Phytoseiidae mites and their holes in biological control. Annual Review of Entomology, 42: 291-321.
MORAES, G.J. de; MCMURTRY, J.A.; DENMARK, H.A.; CAMPOS, C.B. 2004. A revised catalog of the mite family Phytoseiidae. Zootaxa, 434, 494p.
POLETTI, M. 2010. Ácaros predadores no controle de pragas. In: VENZON, M.; PAULA JÚNIOR; T.J; PALLINI, A. (Eds). Controle alternativo de pragas e doenças. Viçosa: Epamig,p.213-232.
Maiores Informações:
www.promip.agr.br - promip@promip.agr.br - (19) 3704-5727
ÁCAROS PREDADORES
Para saber mais:
GERSON, U.; SMILEY, R.L.; OCHOA, R. 2003. Mites (acari) for pest control. Oxford: Blackwell Science, 539p.
MORAES, G.J. DE; FLECHTMANN, C.H.W. 2008. Manual de acarologia. Ribeirão Preto: Holos Editora, 288p.
MORAES, G.J. de; MCMURTRY, J.A.; DENMARK, H.A.; CAMPOS, C.B. 2004. A revised catalog of the mite family Phytoseiidae. Zootaxa, 434, 494p.
POLETTI, M. 2010. Ácaros predadores no controle de pragas. In: VENZON, M.; PAULA JÚNIOR; T.J; PALLINI, A. (Eds). Controle alternativo de pragas e doenças. Viçosa: Epamig,p.213-232.
Maiores Informações:
http://www.promip.agr.br/ - promip@promip.agr.br - (19) 3704-5727